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Etnogafria

Traje Regional Alentejano

Na cultura regional existem formas de vestir especiais e, muito especialmente, há formas de se apresentarem em tempo de festa e em tempo de trabalho .

Expressam uma mentalidade, resumem e espelham a cultura local. Há a salientar que este tipo de indumentária é usado em dois segmentos essenciais da vida em sociedade: o quotidiano e os momentos ou dias especiais.

O traje surge-nos como produto natural do meio. Desde a escolha e adoção dos tecidos, até a côr e a forma, desde a ornamentação ao arranjo das partes componentes, tudo aí tem razão de ser como é, e tem de estar onde está”. O traje alentejano é rico e diversificado, quer seja usado por homem ou mulher, estando em relação direta com a posição de cada um na escala social e com as tarefas diárias desempenhadas, pelo que passamos a descrever o traje mais usado no dia a dia da vida rural.

        

Traje dos homens no trabalho do campo

De Verão (ceifa ou aceifa, eiras ou debulha, esborralhar as vinhas, e outros trabalhos): chapéu de pano, e um lenço ao bescoço por mando suor, camisa e camisola de riscado (sem colete); ceroulas e calças, peúgos e sapatos grossos. A murça da camisola é às vezes bordada de cor (azul e vermelho); a camisola abre adiante e tem botões: outras vezes tem só botões na murça, atando-se com um nó nas pontas em baixo.

Na ceifa, usam canudos em três dedos e dedeira no dedo grandepolegar») e no índex – da mão esquerda. Na ceifa usam também uma alzubêra de veludo vermelho, às vezes muito ornada: trazem-na, atada à cinta com fitas, do avesso para não se desbotoar; anda nela o tabaco e os apetrechos de fumar (talisguinha de veludo com o fuzil, isca, pederneira; ou a fuzileira, que é um saquinho de couro com três divisões, para os três apetrechos). Quando se vão embora, metem também na algibeira as dedeiras e os canudos. Na hora da comida enfiam os canudos no bico das foices e atam as dedeiras ao cabo do mesmo instrumento .

De Inverno (cavar, passar terra, isto é, cavar muito fundo para vinha, etc., podar, charruar, lavrar, atalhar, isto é, cortar as terras novamente, etc.): na cabeça, gorro (carapuça ou barrete saloio) sempre preto por fora e pinhão por dentro; samarro [com aldrabonas (de dragonas?)] sobre os ombros e abertos debaixo dos braços; fecha em cima com botões de couro, aberto na frente, cortado ao meio do abdómen com uma aba larga caída até à curvatura dos joelhos (casaca de abas largas!) por baixo, camisola, colete sob esta, camisa, calças de Saragoça forte, ceroulas e acefões encorreados em volta da lã, sapatos grossos ou botas, que podem ser caneleiras (até ao meio da perna) ou joelheiras (até ao joelho).

 

Traje de mulher no trabalho

No traje de mulher no trabalho usam sapatos grossos e chapéu de pano sobre o lenço de sarja atado atrás, na nuca: por causa da chuva e do sol. Também usam antiparra, que são polainas feitas de um chapéu velho, dividido ao meio, e atadas com um cordão.

Nos braços trazem mangueiras  de riscado, que vão da articulação do antebraço até ao punho, onde apertam com maras (botões de osso). Nos dedos trazem três canudos, no mínimo ou meiminho, no anular e no médio, e às vezes uma dedeira de couro no índex, a qual vem ligar-se com uma correia ao pulso. Só o pólex fica sem nada. Trazem também ao bescoço um lenço de malha, no Inverno (monda), caído nas costas, e xailes grandes, em bico, se chove. Usam uma saia de castorina (encarnada geralmente), à roda da cintura, caída como cauda, por causa das chuvas e do frio – na monda e na azeitona.